sábado, 16 de setembro de 2017

PREVENÇÃO CONTRA O SUICÍDIO


Quando a ideia de suicídio, porventura, te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária, solidamente estruturada, a fim de sustentar-te a segurança no Espaço Cósmico.

Em seguida, ora, pedindo socorro aos mensageiros da Providência Divina.

Medita no amor e na necesidade daqueles corações que te usufruem a convivência. Ainda que não lhes conheças, de todo, o afeto que te consagram e embora a impossibilidade em que te reconheces para medir quanto vales para cada um deles, é razoável ponderes quantas lesões de ordem mental lhe causarias com a violência praticada contra ti mesmo.

Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.

Visita um hospital, onde consigas avaliar as vantagens de que dispões, em confronto com o grande número de companheiros portadores de moléstias irreversíveis.

Vai pessoalmente ao encontro de algum instituto beneficente, a que se recolhem irmãos necessitados de apoio total, para os quais alguns momentos de diálogo amigo se transformam em preciosa medicação.

Lembra-te de alguém que saibas em penúria e busca avistar-te com esse alguém, procurando aliviar-lhe a carga de aflição.

Comparece, espontaneamente, aos contatos com os amigos reeducandos que se encontrem internados em presídio do seu conhecimento, de maneira a prestares a esse ou àquele algum pequenino favor.

Não desprezes a leitura de alguma página esclarecedora, capaz de renovar-te os pensamentos.

Entrega-te ao serviço do bem ao próximo, qualquer que ele seja e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária destruição de tuas possibilidades físicas não só representa um ato de desconsideração para com as bênçãos que te enriquecem a vida, como também será o teu recolhimento compulsório à intimidade de ti mesmo, no qual, por tempo indefinível, permanecerás no envolvimento de tuas próprias perturbações.

Emmanuel – Chico Xavier – Do livro “Pronto Socorro”,
edições C.E.U

ANTE O SUICÍDIO


      

      Se a idéia do suicídio alguma vez te visita o pensamento, reflete no infortúnio de alguém que haja tentado inutilmente destruir a si mesmo, quando pela própria imortalidade, está claramente incapaz
de morrer.
      Na hipótese de haver arremessado um projétil sobre si, ingerido esse ou aquele veneno, recusado a vida pelo enforcamento ou procurado extinguir as próprias forças orgânicas por outros meios, indubitavelmente arrastará consigo as conseqüências desse ato, a se lhe configurarem no próprio ser, na forma dos chamados complexos de culpa.
*
    Entendendo-se que a morte do corpo denso é semelhante a um sono profundo, de que a pessoa ressurgirá sempre, é natural que esse alguém penetre no Mundo Maior, na condição de vítima de si mesmo.
*
    Não nos é lícito esquecer que os suicidas, na Espiritualidade, não são órfãos da Misericórdia Divina, e, por isso mesmo, inúmeros benfeitores lhes propiciam o socorro possível. Entretanto, benfeitor algum consegue eximi-los, de imediato, do tratamento de recuperação que, na maioria das vezes, lhes custará longo tempo.
*
   Ponderando quanto ao realismo do assunto, por maiores se te façam as dificuldades do caminho, confia em Deus que, em te criando a vida, saberá defender-te e amparar-te nos momentos difíceis.
*
    Observa que não existem provações sem causa e, em razão disso, seja onde for, estejamos preparados para facear os resultados de nossas próprias ações do presente ou do passado, em nos referindo às existências anteriores.
*
    Cientes de que não existem problemas sem solução, por mais pesada a carga de sofrimento, em que te vejas, segue à frente, trabalhando e servindo, lançando um olhar par a retaguarda, de modo a verificar quantas criaturas existem carregando fardos de tribulações muito maiores e mais constrangedores do que os nossos.
*
   O melhor meio de nos premunirmos na Terra contra o suicídio, será sempre o de nos conservarmos no trabalho que a vida nos confia, porque o trabalho, invariavelmente dissolve quaisquer sombras que nos envolva a mente.
    E, por fim, consideremos, nas piores situações em que nos sintamos, que Deus, cujo infinito amor nos
sustentou até ontem, embora os nossos erros, em nos assinalando os propósitos de regeneração e
melhoria, nos sustentará também hoje. 



Do livro: Amigo - 
Psicografia: Francisco Candido Xavier. - 
Pelo espírito de: Emmanuel.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

AOS QUASE SUICIDAS


Sim. É a dor fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças.
São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre, à feição de anjo libertador.
Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.
Ergue-te, acima dos escombros das próprias ilusões e contempla os caminhos novos que a Infinita Bondade de Deus te reserva.
Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo, cujos filtros não funcionam debalde;
– se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem;
– se dificuldades repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e segurança;
– se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício;
– se prejuízos te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas;
– e, se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e de servir.
Nunca esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.
Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas – aquela de recusar o dom da vida – detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor.
E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que sobrepaires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que brilhes e avances para a frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de vida imperecível.
Emmanuel / Francisco Cândido Xavier
(Do livro Mais Perto – Edição GEEM)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

SOBRE O CARNAVAL




Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.



É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.



Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.



Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.



Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.



Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.



É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.




Emmanuel
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939 / Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ABORTO DE ANENCÉFALOS

Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.

De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas se apresentem.

O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.

Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências a nteriore
s, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.

Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.

Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.

Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.

Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.

Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da co nvicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.

Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes…

Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.

Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro fí sico e praticamente o aniquila…

Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.

* * *

É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.

Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.

Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.

Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central.

Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.

Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual…

Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.

Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.

Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.

Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.

… E quando a Humanidade mata o feto, prepara-se para outro s hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.

Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade…

A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.

As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.

Qual, porém, a diferença entre a ati tude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?

O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida.

* * *

Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.

Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias.

Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.

Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.

Joanna de Angelis 
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 11 de 
abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. 
Em 14.04.2012.

sábado, 21 de janeiro de 2017

RELIGIÃO PURA



            “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo." – TIAGO, 1:27

            Os homens disputam entre si qual seria a melhor religião, qual a verdadeira religião.
            Os católicos dizem que é o Catolicismo.
            Os evangélicos dizem ser a sua.
            Os protestantes afirmam que é a deles.
            Os espíritas pensam não ter dúvidas: é o Espiritismo.
            E assim as demais crenças acreditam que são donas da verdade.
            Mas, na verdade, qual é a verdadeira, se cada um acredita ser a sua; serão todas? Se forem todas por que, então, existem tantas? Uma só não seria suficiente para todos os homens?
            Sim, a verdadeira religião é uma só e se resume em apenas uma palavra: Amor!
            Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo!
            Deixemos de lado as formalidades, os rituais, as crenças vazias e, principalmente, nossas más tendências, amando-nos como irmãos, todos filhos de um mesmo Pai, praticando a Lei de Amor, Justiça e Caridade, assim estaremos vivenciando a mais pura religião.

 XAVIER, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. Palavras de Vida Eterna.14. ed., Uberaba-MG: CEC, 1990, lição 139


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS




         Neste momento mostraremos a visão espírita dos desastres naturais e humanos que, de um só golpe, ceifam várias vidas e que causam, por isto, em muitas ocasiões, uma grande comoção no mundo inteiro.
         A tempestade Sandy causou mais de uma centena de mortes, milhares de desabrigados e bilhões de dólares de prejuízo nos Estados Unidos da América. Antes dela, outros desastres, como os furacões Katrina e Irene, haviam causado mais mortes e mais danos. Por outro lado, temos as tragédias ocasionadas pela imprevidência humana, como as quedas de aviões, naufrágios de barcos e navios, incêndios de grandes imóveis. Ante este cenário surgem-nos os questionamentos: Onde está Deus com suas misericordiosas e justas Leis nestas horas? Por que Deus permite estas desencarnações coletivas? Ou será tudo obra do acaso?
     A doutrina espírita responde estas e outras questões sobre estes tristes acontecimentos. Primeiramente vamos colher informes na obra fundamental do Espiritismo: O Livro dos Espíritos. Na questão 737 temos a seguinte pergunta com a sua respectiva resposta: “Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores? ‘ Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.’ “. Para aqueles que acreditam que somos apenas este corpo de carne e osso ou que crêem que temos apenas esta vida, desastres dessa natureza representam o fim de tudo ou, simplesmente, um castigo de Deus, selando para todo o sempre os nossos destinos no céu ou no inferno. Mas não somos o corpo carnal, como uma roupa que se troca todos os dias, somos espíritos imortais, eternos.  Na verdade tivemos e teremos várias outras existências para cumprirmos o chamamento de Jesus de Nazaré: “Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial.” (MATEUS, 5:48). Por isso, para a doutrina espírita estas mortes coletivas não é algo tenebroso, negro ou ruim como muitos pensam, mas um momento de renovação moral e espiritual para a humanidade,  fazendo-nos refletir mais sobre a fragilidade carnal e a essência espiritual de cada um de nós.

       Com o fenômeno da reencarnação, que é o retorno do espírito em outros corpos até atingir a condição de Espírito Puro, passamos a compreender que estes sinistros são um resgate de débitos contraídos em vidas passadas. As vítimas de hoje foram os algozes de ontem! É o que vemos no livro “Chico Xavier pede licença”, numa mensagem de Emmanuel, guia espiritual do médium Francisco Cândido Xavier: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.”
           Mas para todo esse processo de resgate há uma programação? A resposta desta vez fica com Divaldo Pereira Franco, o maior orador espírita da atualidade, no livro “Divaldo Franco Responde”, da editora Intelítera: “Poderia parecer que os benfeitores programam a desencarnação coletiva. Não é exatamente assim. Quando as circunstâncias mesológicas favorecem o acidente, os benfeitores têm conhecimento anterior. Vamos imaginar a possibilidade de uma falha em qualquer um dos equipamentos, a possibilidade de equivoco humano, os fatores climatéricos, as circunstâncias geológicas como terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, tsunamis, então uma lei de afinidades atrai os indivíduos àquele evento que ensejará a libertação dos crimes do passado em forma coletiva.” Mais adiante ele completa: “o acaso, o improviso nas leis soberanas seria o resultado de um trabalho muito bem elaborado para dar certo naquele momento, que é o objetivo da programação.”
           Por fim, cabe ressaltar, que mesmo sendo estas tragédias fatos que causam grande comoção para os encarnados e os desencarnados, devemos ficar tranqüilos, pois nossos irmãos que passam por provações dolorosas são auxiliados pela  Espiritualidade Superior. É o que se percebe nesta visão espiritual de um desastre aéreo: “A cena aflitiva parecia desenrolar-se ali mesmo. Oito dos desencarnados no acidente jaziam em posição de chague, algemados aos corpos, mutilados ou não; quatro gemiam, jungidos aos próprios restos, e dois deles, não obstante ainda enfaixados às formas rígidas, gritavam desesperados, em crises de inconsciência. Contudo, amigos espirituais, abnegados e valorosos, velavam ali, calmos e atentos. Figurando-se cascata de luz vertendo do Céu, o auxílio do Alto vinha, solícito, em abençoada torrente de amor.” (Ação e Reação – médium Chico Xavier / espírito André Luiz - FEB).


 Por Ramsés Mesquita
Dirigente do CEAL

Texto publicado originalmente no jornal "Correio Popular" de Imperatriz/MA no dia 11/11/2012.