sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS




         Neste momento mostraremos a visão espírita dos desastres naturais e humanos que, de um só golpe, ceifam várias vidas e que causam, por isto, em muitas ocasiões, uma grande comoção no mundo inteiro.
         A tempestade Sandy causou mais de uma centena de mortes, milhares de desabrigados e bilhões de dólares de prejuízo nos Estados Unidos da América. Antes dela, outros desastres, como os furacões Katrina e Irene, haviam causado mais mortes e mais danos. Por outro lado, temos as tragédias ocasionadas pela imprevidência humana, como as quedas de aviões, naufrágios de barcos e navios, incêndios de grandes imóveis. Ante este cenário surgem-nos os questionamentos: Onde está Deus com suas misericordiosas e justas Leis nestas horas? Por que Deus permite estas desencarnações coletivas? Ou será tudo obra do acaso?
     A doutrina espírita responde estas e outras questões sobre estes tristes acontecimentos. Primeiramente vamos colher informes na obra fundamental do Espiritismo: O Livro dos Espíritos. Na questão 737 temos a seguinte pergunta com a sua respectiva resposta: “Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores? ‘ Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.’ “. Para aqueles que acreditam que somos apenas este corpo de carne e osso ou que crêem que temos apenas esta vida, desastres dessa natureza representam o fim de tudo ou, simplesmente, um castigo de Deus, selando para todo o sempre os nossos destinos no céu ou no inferno. Mas não somos o corpo carnal, como uma roupa que se troca todos os dias, somos espíritos imortais, eternos.  Na verdade tivemos e teremos várias outras existências para cumprirmos o chamamento de Jesus de Nazaré: “Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial.” (MATEUS, 5:48). Por isso, para a doutrina espírita estas mortes coletivas não é algo tenebroso, negro ou ruim como muitos pensam, mas um momento de renovação moral e espiritual para a humanidade,  fazendo-nos refletir mais sobre a fragilidade carnal e a essência espiritual de cada um de nós.

       Com o fenômeno da reencarnação, que é o retorno do espírito em outros corpos até atingir a condição de Espírito Puro, passamos a compreender que estes sinistros são um resgate de débitos contraídos em vidas passadas. As vítimas de hoje foram os algozes de ontem! É o que vemos no livro “Chico Xavier pede licença”, numa mensagem de Emmanuel, guia espiritual do médium Francisco Cândido Xavier: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.”
           Mas para todo esse processo de resgate há uma programação? A resposta desta vez fica com Divaldo Pereira Franco, o maior orador espírita da atualidade, no livro “Divaldo Franco Responde”, da editora Intelítera: “Poderia parecer que os benfeitores programam a desencarnação coletiva. Não é exatamente assim. Quando as circunstâncias mesológicas favorecem o acidente, os benfeitores têm conhecimento anterior. Vamos imaginar a possibilidade de uma falha em qualquer um dos equipamentos, a possibilidade de equivoco humano, os fatores climatéricos, as circunstâncias geológicas como terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, tsunamis, então uma lei de afinidades atrai os indivíduos àquele evento que ensejará a libertação dos crimes do passado em forma coletiva.” Mais adiante ele completa: “o acaso, o improviso nas leis soberanas seria o resultado de um trabalho muito bem elaborado para dar certo naquele momento, que é o objetivo da programação.”
           Por fim, cabe ressaltar, que mesmo sendo estas tragédias fatos que causam grande comoção para os encarnados e os desencarnados, devemos ficar tranqüilos, pois nossos irmãos que passam por provações dolorosas são auxiliados pela  Espiritualidade Superior. É o que se percebe nesta visão espiritual de um desastre aéreo: “A cena aflitiva parecia desenrolar-se ali mesmo. Oito dos desencarnados no acidente jaziam em posição de chague, algemados aos corpos, mutilados ou não; quatro gemiam, jungidos aos próprios restos, e dois deles, não obstante ainda enfaixados às formas rígidas, gritavam desesperados, em crises de inconsciência. Contudo, amigos espirituais, abnegados e valorosos, velavam ali, calmos e atentos. Figurando-se cascata de luz vertendo do Céu, o auxílio do Alto vinha, solícito, em abençoada torrente de amor.” (Ação e Reação – médium Chico Xavier / espírito André Luiz - FEB).


 Por Ramsés Mesquita
Dirigente do CEAL

Texto publicado originalmente no jornal "Correio Popular" de Imperatriz/MA no dia 11/11/2012.


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