Leôncio Pires Dourado foi um grande empreendedor, um excelente maçom, um espírita pioneiro e um homem muito caridoso.
Um homem de muitos adjetivos, justificados por sua hiperatividade múltipla. Um homem incansável.
Nascido no dia 13 de janeiro de 1921 na cidade de Redenção do Ceará, Dourado chegou a Imperatriz no ano de 1960, vindo com sua família da cidade de Pedreiras do estado do Maranhão, depois de uma estadia naquela localidade.
No portal da Amazônia, ele prosperou rápido, trabalhando como mecânico, depois como proprietário de loja de autopeças. Com o sucesso de seus negócios, comprou vários imóveis na antiga BR-14, atualmente, Avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, e na região do entroncamento da BR-10 que corta Imperatriz ao meio.
Antes de chegar nesta cidade, ele sonhou com um padre chamado Gastão Pereira, o qual pediu, no referido sonho, que ele fundasse um centro espírita na primeira cidade em que chegasse. Por isso, após três anos de sua chegada em Imperatriz, ele fundou a primeira associação espírita da cidade, o Centro Espírita Gastão Pereira, no dia 21 de abril de 1963.
O salão de reuniões do centro espírita localizava-se, primeiramente, na Rua Minas Gerais, no entroncamento, e o imóvel era de propriedade do Leôncio. Após alguns anos, ele mudou o local das reuniões para a BR-14, na esquina com a Rua Rio Grande do Norte no centro da cidade, também de sua propriedade.
Por ser um homem muito comunicativo e caridoso foi conquistando amizades e o reconhecimento dos cidadãos imperatrizenses. Fruto disso, foi sua eleição como vereador, cargo no qual tomou posse no dia 31 de janeiro de 1967, terminando seu mandato em 1970. Nesse período, ele foi também um dos presidentes da câmara municipal.
Durante o mandato eletivo, torna-se maçom e funda, com vários irmãos (como assim são chamados os associados da Maçonaria), dia 4 de setembro de 1970, a segunda loja maçônica de Imperatriz com o nome: Loja União e Fraternidade. As sessões dessa instituição ocorreram no mesmo salão do Centro Espírita Gastão Pereira durante algum tempo.
No ano seguinte, o então prefeito Renato Moreira e o presidente da Câmara Municipal, Leôncio Pires Dourado, doaram à Loja União e Fraternidade uma área de 12.000 m², entre as ruas Pernambuco e Alagoas, para a construção de sua sede próprio. E enquanto as estruturas eram levantadas, as reuniões da loja aconteciam em local cedido por Leôncio na mesma BR-14. Em 19 de dezembro de 1970, o prédio estava completamente erguido e teve, assim, a sua inauguração.
Continuando com suas múltiplas atividades, Leôncio adquire com ajuda de seu amigo comerciante, Hipérides Alencar, então dono da empresa “A Casa do Caçador”, um terreno na Rua Bom Futuro e para lá transfere as reuniões espíritas do Gastão Pereira. Dessa forma, por intermédio do seu trabalho inédito na seara espírita de Imperatriz, consegue atrair a população espírita da região tocantina.
No ano de 1970, Dourado adquire a rádio Imperatriz. Todavia, por ser uma época de ditadura militar e de grande repressão à liberdade de expressão, a rádio foi fechada no mesmo ano pelos comandantes da nação, sem motivo aparente. Apesar desse contratempo, continua com sua vida política e conquista a sua reeleição como vereador para um mandato tampão de 1971 a 1973.
Nessa legislatura, ainda como presidente da câmara, decide mudar o local da Câmara Municipal de Vereadores, o qual se localizava no mesmo prédio do Executivo, para salão de sua propriedade na BR-14, onde funcionara a loja maçônica União e Fraternidade e o Centro Espírita Gastão Pereira. Dessa maneira, um mesmo local serviu, em cada tempo, para suas atividades espíritas, maçônicas e políticas.
Leôncio continuou o seu trabalho incansável para o desenvolvimento econômico, político-social e espiritual de Imperatriz até o seu desencarne, em 04 de outubro de 1975, num acidente automobilístico em uma de suas viagens entre Imperatriz e Belém do Pará.
Com o seu retorno ao mundo espiritual, deixou um legado de trabalho e dedicação ao Movimento Espírita de Imperatriz, sendo este continuado pelos companheiros de ideal espírita, Aderson Baiano e Raimundo Mesquita, os quais também eram maçons e empresários assim como Leôncio Pires Dourado.
Rhadamés Mesquita
Secretário do Centro Espírita André Luiz
Imperatriz/MA, 12.08.2016
www.cealitz.org.br
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