sábado, 29 de outubro de 2016

TUDO É MAGNETISMO



Tudo é magnetismo no campo universal.


A gota d’água obedece aos imperativos da afinidade química, os sóis se harmonizam, através da atração, dentro da leis cósmicas.


Imantamo-nos uns aos outros, pelos laços do amor ou do ódio, e, pelo perdão ou pela vingança, algemamo-nos mutuamente.


Em razão disso, imaginar é centralizar energias na direção dos objetivos que nos propomos alcançar.


Quem ama e ajuda acende claridade sublime. Quem odeia e perturba arremessa treva espessa para fora de si.


Nessa cadeia de manifestações da nossa vontade, todos nós magnetizamos, pessoas, situações e elementos, nas vibrações de nosso propósito atuante, para trazê-los ao nosso círculo pessoal.


Será o amanhã, segundo idealizamos hoje, tanto quanto hoje é o reflexo de ontem.


A mente estende fios vivos, em todos os lugares, por onde transitam os interesses que lhe dizem respeito e, através desses fios potentes e milagrosos, apesar de invisíveis, atingimos a concretização dos mais recônditos intentos.


Mentalizando, o homem sobe ao céu ou desce ao inferno, porque nós mesmos, segundo as diretrizes ocultas que preferimos, nos elevamos às culminâncias da luz ou nos arremessamos aos despenhadeiros da sombra.


Guarde, pois, cauteloso, a fonte dos seus pensamentos que a cada mundo, se fazem agentes ativos de suas deliberações no bem ou no mal, onde o seu espírito estiver trabalhando.


Toda criatura emite e recebe aflúvios e ondas de criação, renovação e destruição, no campo das idéias, porquanto a idéia é a força plástica, exteriorizante e inextinguível da alma eterna, no infinito do espaço e do tempo.


De acordo com os projetos que você apresentar à vida, a vida, que é a gloriosa manifestação de Deus, responderá a você com as realizações desejadas.


Subir e descer, esperar ou desesperar, lucrar ou perder, melhorar ou piorar, crescer ou reduzir, avançar ou estacionar resultam de nossa atitude interior.


Vigie o pensamento e a vontade, para que se desenvolvam e marchem, dentro dos moldes do ilimitado Bem e jamais se arrependerá, porque o próprio Cristo ensinou, de viva voz, que “o homem possui o seu tesouro onde guarda o coração”.


Pelo Espírito Ismael Souto
Na obra “Nosso Livro”
Francisco Cândido Xavier

sábado, 15 de outubro de 2016

SANTA TERESA, A GRANDE MÉDIUM D’ÁVILA


Neste artigo trazemos à tona alguns fatos da vida da Padroeira de Imperatriz/MA que poucas pessoas conhecem e que revelam um dos vários dons dela: O dom da mediunidade.

Inicialmente queremos falar que os fatos aqui narrados foram pinçados de livros biográficos que possuem a marca do IMPRIMATUR, o aval de legitimidade dado pela Igreja Católica às obras literárias. E que também não desejamos, de modo algum, ofender os nossos irmãos católicos, pois temos vários seguidores da nossa doutrina que tiveram como primeira religião o Catolicismo, e como exemplo maior temos o nosso Chico Xavier, que foi o Maior médium espírita do mundo – eleito em 2012, por programa de uma emissora de TV, como “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”!

A mediunidade é a capacidade de perceber o mundo espiritual. E esse contato com os espíritos (que as outras religiões e a cultura popular denominam de anjos, demônios, deuses, espírito santo, santos, gênios, manes...) dá-se por múltiplas formas: vendo, ouvindo, sentindo, pressentindo, falando e até tocando os espíritos. A principal mediunidade da Santa Teresa de Jesus foi a de ver as almas desencarnadas e o plano espiritual: a Clarividência.

Em muitas passagens de sua autobiografia (1), ela relata as suas visões. “Apareceu-me Cristo com grande vigor, dando-me a entender quanto aquilo Lhe pesava. Vi-O com olhos da alma, mais claramente do que O poderia ver com os olhos do corpo e ficou aquilo tão bem impresso em mim que agora passados vinte e seis anos ainda me parece que O tenho presente...”. Neste trecho ela viu o Espírito de Cristo, admoestando-a por uma atitude errada. Interessante notar a descrição de como ela viu o Espírito de Jesus de Nazaré: “Vi-O com olhos da alma”. Esta informação está conforme a resposta obtida por Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, à questão 428 feita aos Espíritos Superiores: “Qual a causa da clarividência (...)? ‘Já o dissemos: É a alma que vê.’”. Portanto, a pessoa que tem a faculdade mediúnica de ver os espíritos, mesmo que tape os olhos carnais com as mãos, ou colocando um lençol ou um capuz sobre a cabeça, ainda assim continuará a vê-los, pois enxerga com a visão espiritual.

Mas a grande mística de Ávila não viu apenas Jesus, viu também outros Espíritos Iluminados. O biografo de São Pedro de Alcântara, Frei Estefânio Piat (2), assim relata: “Santa Teresa (...) viu Francisco de Assis e Antônio de Pádua ladeando Pedro de Alcântara para lhe servir de ajudantes, num ofício religioso.”.

O Frei Pedro de Alcântara foi o maior amigo da Santa padroeira da nossa cidade e  apareceu, em espírito, para ela em várias oportunidades: “O próprio céu ratifica esse julgamento quando, depois da morte, Frei Pedro aparece à Reformadora do Carmelo, rodeado pelo brilho fulgurante de sua beatitude e diz-lhe em tom penetrante: ‘O bendita penitência, que me valeu tamanho peso de glória!’”.

A amizade entre os dois, Santa Teresa e São Pedro, continuou por longo tempo, mesmo depois do desencarne (morte corporal) do segundo: “Diversas vezes, quando as coisas se apertavam, ele apareceu à querida carmelita para guiá-la e encorajá-la.”.

A Santa fazia igual a nós espíritas quando precisamos de alguma orientação ou consolo da Espiritualidade Superior, evocava o espírito do Frei Pedro: “Quando Madre Teresa sentia qualquer desgosto ou sofria alguma contradição, costumava INVOCÁ-LO e se via impreterivelmente ouvida.”.
Sobre o Espírito de São Pedro de Alcântara, ela disse em outra passagem: “Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Parece-me que muito mais me consola do que quando aqui estava.”.

Com tudo isso, vemos claramente que a mediunidade não é exclusividade dos espíritas, é um fenômeno da Natureza Humana! Todos os homens e mulheres podem tê-la, sejam espíritas, católicos, evangélicos, judeus, budistas, hinduístas, mulçumanos ou ateus, pois a manifestação mediúnica independe da crença ou da religião das pessoas!

(1)  Vida de Santa Teresa de Jesus Escrita por Ella Misma, impressa pela primeira vez em Salamanca, 1958, sob os cuidados de Frei Luis de Léon.
(2)   São Pedro de Alcântara, por Frei Estefânio José Piat, Ed. Vozes, Petrópolis, RJ, 1962.

Autoria: Ramsés Mesquita (Dirigente do CEAL)

Artigo publicado no jornal “Correio Popular’, da cidade de Imperatriz/MA, no dia 14/10/2012.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

PEQUENA BIOGRAFIA DE ALLAN KARDEC



        Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, nasceu no dia 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França. Filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail, Juiz, e Jeanne Louise Duhamel. A sua nobre família tinha vários antepassados que militaram na advocacia e na magistratura e era de orientação religiosa católica. “Denizard Rivail era um alto e belo rapaz, de maneiras distintas, humor jovial na intimidade, bom e obsequioso.”(1) Assim o descreve um dos seus biógrafos, Henri Sausse. Casou-se com Amélie-Gabrielle Boudet, professora de 1ª classe, mas não tiveram filhos.

        Aos 10 anos de idade Rivail foi enviado à cidade de Yverdon, na Suíça, a fim de complementar e consolidar seus estudos no célebre Instituto de Educação do professor Johann Heinrich Pestalozzi, o “Educador da Humanidade”, tornando-se, mais tarde, um dos seus distintos discípulo.

       Rivail bacharelou-se em Letras e Ciências, era um excelente pedagogo e possuía notável saber em múltiplas disciplinas, como Lógica e Retórica, Aritmética, fisiologia e medicina, ensinando-as com maestria aos seus alunos. Poliglota, falava fluentemente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o holandês, e conhecia profundamente o grego e o latim.



         Autor prolífico produziu quase 30 obras didáticas, algumas delas com milhares de exemplos para facilitar a aprendizagem. Traduziu várias obras para o francês como, por exemplo, Telêmaco, de Fénelon. Como celebre professor que era, recebeu mais de uma dezena de diplomas de diversas academias e sociedades francesas. Pedagogo por excelência fundou duas instituições de ensino e também lecionou gratuitamente para várias crianças que não podiam pagar pensão.      

          Em 1854, soube, por intermédio do seu grande amigo e companheiro de estudos do magnetismo, o Sr. Fortier, dos fenômenos das “Mesas Girantes”, em que esses móveis se deslocavam, dançavam, falavam e até respondiam a perguntas. De mente racional e positiva, sem aceitar ou descartar nada a priori, Rivail respondeu ao seu amigo: “eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono.”(1). Rivail foi a uma dessas reuniões e viu algo muito maior do que a realidade destes fenômenos, Ele viu que havia uma filosofia divina e consoladora por trás destas manifestações espirituais.

          Dois anos depois, Rivail recebeu duas comunicações mediúnicas que mudariam a sua vida para sempre. Numa, um espírito protetor chamado Zéfiro comunica-lhe que ele, Rivail, fora, em uma de suas vidas passadas, um sacerdote druida, denominado Allan Kardec. Na outra, soube através do Espírito da Verdade, que o guiaria, que ele tinha uma grande Missão a cumprir: Codificar a Doutrina Espírita. A partir de então, Rivail torna-se Kardec. Sob a orientação dos Espíritos Superiores, Kardec passa a trabalhar dia e noite no cumprimento do seu desiderato.

          No dia 18 de Abril de 1857, surge “O Livro dos Espíritos”, obra basilar deste edifício divino que é o Espiritismo. Depois deste livro, apareceram: “O Livro dos Médiuns” (1861), “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). Formando assim o Pentateuco Kardequiano.

         Kardec fundou, em 1858, a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, na qual ficou como presidente por vários anos, sempre reeleito por aclamação; e também lançou, neste mesmo ano, a “Revista Espírita”, periódico em que debatia os fenômenos espíritas acontecidos na Europa e em todo o mundo. Como Paulo de Tarso, viajou por várias cidades da França e da Bélgica divulgando os princípios do Consolador Prometido – A Doutrina dos Espíritos.

        Allan Kardec desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, na sua residência, quando preparava os seus pertences para a mudança de endereço que iria realizar. A causa da sua ida para o mundo espiritual foi um aneurisma.

        Se não tivéssemos Kardec, teríamos Rivail, um grande educador francês. Contudo, Deus e a Espiritualidade Maior quiseram, para o nosso bem, que ficássemos com Allan Kardec, o Grande Educador Espiritual da Humanidade!



(1) Biografia de Allan Kardec - Henri Sausse - FEB editora



Ramsés da Silva Mesquita Maciel


Publicado no jornal "Correio Pupular", no dia 30.09.2012.