terça-feira, 4 de outubro de 2016

PEQUENA BIOGRAFIA DE ALLAN KARDEC



        Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, nasceu no dia 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França. Filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail, Juiz, e Jeanne Louise Duhamel. A sua nobre família tinha vários antepassados que militaram na advocacia e na magistratura e era de orientação religiosa católica. “Denizard Rivail era um alto e belo rapaz, de maneiras distintas, humor jovial na intimidade, bom e obsequioso.”(1) Assim o descreve um dos seus biógrafos, Henri Sausse. Casou-se com Amélie-Gabrielle Boudet, professora de 1ª classe, mas não tiveram filhos.

        Aos 10 anos de idade Rivail foi enviado à cidade de Yverdon, na Suíça, a fim de complementar e consolidar seus estudos no célebre Instituto de Educação do professor Johann Heinrich Pestalozzi, o “Educador da Humanidade”, tornando-se, mais tarde, um dos seus distintos discípulo.

       Rivail bacharelou-se em Letras e Ciências, era um excelente pedagogo e possuía notável saber em múltiplas disciplinas, como Lógica e Retórica, Aritmética, fisiologia e medicina, ensinando-as com maestria aos seus alunos. Poliglota, falava fluentemente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o holandês, e conhecia profundamente o grego e o latim.



         Autor prolífico produziu quase 30 obras didáticas, algumas delas com milhares de exemplos para facilitar a aprendizagem. Traduziu várias obras para o francês como, por exemplo, Telêmaco, de Fénelon. Como celebre professor que era, recebeu mais de uma dezena de diplomas de diversas academias e sociedades francesas. Pedagogo por excelência fundou duas instituições de ensino e também lecionou gratuitamente para várias crianças que não podiam pagar pensão.      

          Em 1854, soube, por intermédio do seu grande amigo e companheiro de estudos do magnetismo, o Sr. Fortier, dos fenômenos das “Mesas Girantes”, em que esses móveis se deslocavam, dançavam, falavam e até respondiam a perguntas. De mente racional e positiva, sem aceitar ou descartar nada a priori, Rivail respondeu ao seu amigo: “eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono.”(1). Rivail foi a uma dessas reuniões e viu algo muito maior do que a realidade destes fenômenos, Ele viu que havia uma filosofia divina e consoladora por trás destas manifestações espirituais.

          Dois anos depois, Rivail recebeu duas comunicações mediúnicas que mudariam a sua vida para sempre. Numa, um espírito protetor chamado Zéfiro comunica-lhe que ele, Rivail, fora, em uma de suas vidas passadas, um sacerdote druida, denominado Allan Kardec. Na outra, soube através do Espírito da Verdade, que o guiaria, que ele tinha uma grande Missão a cumprir: Codificar a Doutrina Espírita. A partir de então, Rivail torna-se Kardec. Sob a orientação dos Espíritos Superiores, Kardec passa a trabalhar dia e noite no cumprimento do seu desiderato.

          No dia 18 de Abril de 1857, surge “O Livro dos Espíritos”, obra basilar deste edifício divino que é o Espiritismo. Depois deste livro, apareceram: “O Livro dos Médiuns” (1861), “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). Formando assim o Pentateuco Kardequiano.

         Kardec fundou, em 1858, a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, na qual ficou como presidente por vários anos, sempre reeleito por aclamação; e também lançou, neste mesmo ano, a “Revista Espírita”, periódico em que debatia os fenômenos espíritas acontecidos na Europa e em todo o mundo. Como Paulo de Tarso, viajou por várias cidades da França e da Bélgica divulgando os princípios do Consolador Prometido – A Doutrina dos Espíritos.

        Allan Kardec desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, na sua residência, quando preparava os seus pertences para a mudança de endereço que iria realizar. A causa da sua ida para o mundo espiritual foi um aneurisma.

        Se não tivéssemos Kardec, teríamos Rivail, um grande educador francês. Contudo, Deus e a Espiritualidade Maior quiseram, para o nosso bem, que ficássemos com Allan Kardec, o Grande Educador Espiritual da Humanidade!



(1) Biografia de Allan Kardec - Henri Sausse - FEB editora



Ramsés da Silva Mesquita Maciel


Publicado no jornal "Correio Pupular", no dia 30.09.2012.

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