sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CARTA DE ANO NOVO





Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno, é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.

Se tens inimigos faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.

Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

Pelo Espírito Emmanuel

XAVIER, Francisco Cândido. Vida e Caminho. Espíritos Diversos. GEEM.

NATAL



"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os
homens." - Lucas, 2:14.

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande
Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.
Glória a Deus no Universo Divino.
Paz na Terra.
Boa-vontade para com os Homens.
O Pai Supremo legando a nova era de segurança e tranquilidade ao
mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes
para ferir ou destruir.
Nem castigo ao rico avarento.
Nem punição ao pobre desesperado.
Nem desprezo aos fracos.
Nem condenação aos pecadores.
Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.
Nem anátema contra o gentio inconsciente.
Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço
da Boa-Vontade.
A justiça do "olho por olho" e do "dente por dente" encontrara, enfim,
o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.
Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria,
assinalaram júbilo inexprimível...
Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.
O algoz seria digno de piedade.
O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.
O criminoso passaria à condição de doente.
Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos.
Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela
crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam
relegados ao abandono nos vales de imundície.
Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.
Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!...
Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver
realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

Livro: Fonte Viva - Espírito Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

MADAME ALLAN KARDEC




Amélie-Gabrielle Boudet nasceu no dia 23 de Novembro de 1795, correspondente ao dia 2 do Frimário do Ano IV, do então vigente calendário Revolucionário, na cidade de Thiais, na França.
Nesta sua última encarnação, teve como pais o Sr. Julien-Louis Boudet, Tabelião, e Sra. Julie-Louise Seigneat de Lacombe. Possuira uma família de renomados intelectuais e de pessoas bem colocadas na vida.
Como filha única, tivera uma educação de altíssima qualidade igualmente àquela em que as pessoas de posse à época recebiam. Naquele tempo havia muitas escolas internatos para moças de 15 a 18 anos. Formou-se Professora de primeira classe, Letras e Belas Artes. Culta e inteligente, com pendor para a poesia e o desenho, escreveu três obras: Contos Primaveris (1825), Noções de Desenho (1826) e O Essencial em Belas Artes (1828).
No dia 6 de Fevereiro de 1832 casou-se com um jovem diretor de instituto de ensino chamado Prof. Hippolyte Leon Denizard Rivail, que mais tarde seria conhecido como Allan Kardec. A Sra. Rivail secundou o seu marido em todos os seus afazeres de professor e educador, sempre como muito amor e dedicação.
Assim a descreve Canuto Abreu no seu livro “O Livro dos Espíritos e Sua Tradição Histórica e Lendária”: “Miudinha, graciosa, muito vivaz, aparentava a mesma idade do marido, apesar de nove anos mais velha. Os cabelos crespos e bastos, outrora castanhos, repartidos ao meio e descidos até os ombros, onde as pontas dobradas se prendiam por sobre a nuca num elo de tartaruga, começavam apenas a grisalhar, dando-lhe ao semblante um ar de amável austeridade. As faces cheias, coradas ao natural, quase sem rugas, denotavam trato e boa saúde. A testa larga e alta, encimando sobrancelhas circunflexas, acusava capacidade intelectual. Os olhos pardos e rasgados, indicavam sagacidade e doçura. O nariz fino e reto, impunha confiança em seu caráter. Os lábios delicados, prontos a sorrir, amparavam seu olhar perscrutador, desarmando prevenções mas exigindo constante respeito”.
Quando Rivail, com o lançamento de “O Livro dos Espíritos”, em 18 de Abril de 1857, tornou-se Allan Kardec, Gaby, como era carinhosamente chamada por ele, esposou integralmente a “missão da vida” do seu nobre esposo. Ajudou-o na publicação dos seus livros espíritas, na redação da “Revista Espírita” e nas atividades da “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas” (SPEE), sendo em tudo o seu braço forte.
No ano fatídico da desencarnação de Allan Kardec, em 1869, Madame Kardec estava com 73 anos e herdou todos os direitos relativos às obras de Kardec e também imóveis seus que, nos planos do codificador, seriam utilizados futuramente para amparar espíritas que estivessem passando por alguma dificuldade financeira.
Madame Allan Kardec, mesmo diante da perda do esposo, continuou como grande divulgadora da doutrina espírita, tendo ao longo de sua jornada   o apoio incondicional de um grande discípulo de Kardec, Pierre Gäetan Leymarie. Dentre suas várias ações objetivando vulgarizar o Espiritismo, está a fundação da “Sociedade anônima do Espiritismo” em 1869. Porém não satisfeita com o nome da Sociedade, que possuía um viés comercial, Amelie, em 18 de outubro de 1873, em Assembléia Geral, na SPEE, o altera para “Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec”.
Quase uma década depois, às 5 horas da madrugada do dia 21 de janeiro de 1883, desencarnava pois este grande ícone do espiritismo. Tinha então 87 anos e ainda assim desfrutava de uma incrível vivacidade, conseguindo ler sem a ajuda de óculos e escrever com firmeza, pronta para dar continuidade à missão iniciada pelo seu esposo.
No seu funeral, Gabriel Dellane, grande cientista espírita e pupilo de Kardec, assim desenha a missão de Gaby: “A Sra. Allan Kardec foi, verdadeiramente, a mulher forte, segundo o Evangelho. Tornando-se a esposa do grande vulgarizador do Espiritismo, adotou suas idéias. Empregou todas as suas energias no estudo dos novos princípios; venceu os preconceitos de seu século e de sua educação e se elevou, por sua vontade, até à altura do espírito de nosso Mestre.”
“Ela provou, pela continuidade, pelo profundo apego que manteve por nossa maneira de ver, que o Espiritismo havia penetrado vivamente em seu coração.”
“Sim, essas grandes e sublimes verdades que nossa filosofia professa lhe deram a coragem de ajudar ardentemente o propagador da nova fé e sustentá-lo nas lutas muitas vezes penosas de apostolado.”
“A companheira de um homem superior sente quantos deveres particulares lhe cabem; não somente ela tem, como toda esposa devotada, a tarefa de o cercar de amor e de atenções, porém, tem, além disso, a santa missão de fortalecer sua alma nas horas dolorosas das provas. Deve acalmar os cruéis ferimentos que fazem ao coração dos campeões do progresso o ódio e o sarcasmo. Ela deve encontrar essas boas palavras que são para a alma bálsamos soberanos. Deve, enfim, por sua energia, dar forças ao atleta fatigado.”
“Pois bem, a Sra. Allan Kardec foi essa mulher; não faliu na alta missão que lhe foi confiada.”
“Durante as viagens de seu marido, pela França, ela o cercou com sua solicitude e sua perspicácia, confundindo, muitas vezes, pela segurança de seu julgamento, os que desejavam explorar a bondade tão conhecida do Mestre.”
“Allan Kardec se inspirou em sua inteligência tão justa para a elaboração de suas obras; não as publicou nenhuma, sem a ter consultado e, muitas vezes, aproveitou suas sugestões que a retidão de julgamento de sua companheira fornecia.”
“É pois, uma dupla perda que temos neste momento: a de uma mulher de coração, devota às nossas idéias e a de uma colaboradora do homem de gênio que nós recordamos.”(1) .
           Por fim, podemos declarar que Amelie e Kardec foram companheiros na vida, nos sonhos e nos ideais, sendo a máxima: “por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher” verdadeiramente representada  por Amélie Gabrielle Boudet, Madame Allan Kardec!

(1) Gabriel Delanne, Vida e Obra - Paul Bodier e Henri Regnault.


Por Ramsés da Silva Mesquita Maciel
Dirigente do CEAL

* Artigo publicado originalmente no jornal "Correio Popular" de Imperatriz/MA no dia 30.06.2013

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A PRECE DE CÁRITAS












Transmitida pelo espírito chamado Cáritas, por intermédio da médium Mme. W. Krell, na noite de Natal em 25 de dezembro de 1873, a um grupo espírita da cidade de Bordeaux, na França, a Prece de Cáritas é uma das preces espíritas mais belas e mais conhecida de todos os tempos! Cáritas, espírito iluminado, assim apresentou-se a médium madame Krell no primeiro encontro de ambas: “Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me eu sou a meta a que vós todos deveis visar”. Na verdade, sabe-se muito pouco sobre este espírito evoluído, como bem se observa na informação contida na Revista Espírita de 1862, no mês de Fevereiro: “Todas as comunicações de Cárita são marcadas pelo mesmo sinete de bondade e de simplicidade. Evocada na Sociedade de Paris, disse ter sido Santa Irene, imperatriz.”. 

Outra informação também está presente na assinatura de uma das suas mensagens presente no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XIII, item 13: “Cárita, martirizada em Roma.”. Conclui-se portanto, que Cárita ou foi a Irene de Atenas, uma Imperatriz bizantina que reinou entre 797 e 802 d.C, ou a Santa Irene, martirizada em Roma no ano de 304 da era cristã, época em que reinava o Imperador Diocleciano, sanguinário perseguidor dos cristãos. Mais curiosidades: uma das irmãs da santa Irene se chamava Ágape, um dos nomes do amor, sinônimo de caridade (Cárita). 

O espírito Cáritas era muito querido na época do surgimento da Doutrina Espírita como nota-se nesta passagem: “Foi conduzida aqui por um Espírito muito conhecido do mundo espírita lionês e, mesmo, do mundo espírita europeu (o sonâmbulo-médium descreve o Espírito Cárita).” (1)

Cáritas transmitiu várias outras lindas mensagens, dentre elas: "Como servir a religião espiritual" e "A esmola espiritual". Há ainda comunicações deste nobre espírito inseridas nas obras da Codificação, duas no “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XIII, Não Saiba A Vossa Mão Esquerda O Que Dê A Vossa Mão Direita, itens 13 e 14; e várias mensagens nas Revistas Espíritas, anos de 1862, 1864, 1865 e 1867, de Allan Kardec.

A Madame Krell, uma das maiores médiuns psicográficas do século XIX, recebeu mensagens de outros nobres espíritos da literatura universal e da Codificação Espírita como Alfred de Musset, Edgard Allan Poe, Espírito de (da) Verdade, Dumas, Lacordaire, Lamennais, Pascal, Ésopo, Fénelon, entre outros. As belíssimas comunicações mediúnicas desta excepcional médium estão quase todas compiladas nesta obra “Rayonnementes de la Vie Spirituelle”, ou na versão brasileira, “Reflexos da Vida Espiritual”, publicado pela editora CELD. Um detalhe chama a atenção no original francês deste livro, o nome do espírito Cáritas, está grafado Cárita, no singular, no entanto, popularizou-se no plural.

A Oração de Cáritas de maneira simples e atemporal, inspira a busca da comunhão entre Deus e o homem, fazendo com que este reconheça sua fragilidade, impotência e dependência deste diante do poder divino, como se observa na sua transcrição integral:


“Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!

Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.

Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.

Assim Seja.”


Por fim, que esta Divina prece possa vivificar a presença do Cristo em nossas vidas e que a paz e o consolo divino possam alcançar a todos através desse manancial de luz trazido pela espiritualidade superior!



(1) Revista Espírita – 1865 – Dezembro - FEB


Por Ramsés da Silva Mesquita Maciel (Dirigente do CEAL)


* Artigo publicado originalmente no jornal "Correio Popular", de Imperatriz/MA, no dia 09.12.2012.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

ANTE OS QUE PARTIRAM




Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.
Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo...
Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira, cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima!
Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no adito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram...
Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.
Também eles pensam e lutam, sentem e choram.
Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.
Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.
Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegria.
Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.
Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.
Recorda que, em futuro próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras...
E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre um monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.

Emmanuel
Fonte: "Religião dos Espíritos", Francisco C. Xavier (Médium) / Emmanuel (Espírito) - FEB

sábado, 29 de outubro de 2016

TUDO É MAGNETISMO



Tudo é magnetismo no campo universal.


A gota d’água obedece aos imperativos da afinidade química, os sóis se harmonizam, através da atração, dentro da leis cósmicas.


Imantamo-nos uns aos outros, pelos laços do amor ou do ódio, e, pelo perdão ou pela vingança, algemamo-nos mutuamente.


Em razão disso, imaginar é centralizar energias na direção dos objetivos que nos propomos alcançar.


Quem ama e ajuda acende claridade sublime. Quem odeia e perturba arremessa treva espessa para fora de si.


Nessa cadeia de manifestações da nossa vontade, todos nós magnetizamos, pessoas, situações e elementos, nas vibrações de nosso propósito atuante, para trazê-los ao nosso círculo pessoal.


Será o amanhã, segundo idealizamos hoje, tanto quanto hoje é o reflexo de ontem.


A mente estende fios vivos, em todos os lugares, por onde transitam os interesses que lhe dizem respeito e, através desses fios potentes e milagrosos, apesar de invisíveis, atingimos a concretização dos mais recônditos intentos.


Mentalizando, o homem sobe ao céu ou desce ao inferno, porque nós mesmos, segundo as diretrizes ocultas que preferimos, nos elevamos às culminâncias da luz ou nos arremessamos aos despenhadeiros da sombra.


Guarde, pois, cauteloso, a fonte dos seus pensamentos que a cada mundo, se fazem agentes ativos de suas deliberações no bem ou no mal, onde o seu espírito estiver trabalhando.


Toda criatura emite e recebe aflúvios e ondas de criação, renovação e destruição, no campo das idéias, porquanto a idéia é a força plástica, exteriorizante e inextinguível da alma eterna, no infinito do espaço e do tempo.


De acordo com os projetos que você apresentar à vida, a vida, que é a gloriosa manifestação de Deus, responderá a você com as realizações desejadas.


Subir e descer, esperar ou desesperar, lucrar ou perder, melhorar ou piorar, crescer ou reduzir, avançar ou estacionar resultam de nossa atitude interior.


Vigie o pensamento e a vontade, para que se desenvolvam e marchem, dentro dos moldes do ilimitado Bem e jamais se arrependerá, porque o próprio Cristo ensinou, de viva voz, que “o homem possui o seu tesouro onde guarda o coração”.


Pelo Espírito Ismael Souto
Na obra “Nosso Livro”
Francisco Cândido Xavier

sábado, 15 de outubro de 2016

SANTA TERESA, A GRANDE MÉDIUM D’ÁVILA


Neste artigo trazemos à tona alguns fatos da vida da Padroeira de Imperatriz/MA que poucas pessoas conhecem e que revelam um dos vários dons dela: O dom da mediunidade.

Inicialmente queremos falar que os fatos aqui narrados foram pinçados de livros biográficos que possuem a marca do IMPRIMATUR, o aval de legitimidade dado pela Igreja Católica às obras literárias. E que também não desejamos, de modo algum, ofender os nossos irmãos católicos, pois temos vários seguidores da nossa doutrina que tiveram como primeira religião o Catolicismo, e como exemplo maior temos o nosso Chico Xavier, que foi o Maior médium espírita do mundo – eleito em 2012, por programa de uma emissora de TV, como “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”!

A mediunidade é a capacidade de perceber o mundo espiritual. E esse contato com os espíritos (que as outras religiões e a cultura popular denominam de anjos, demônios, deuses, espírito santo, santos, gênios, manes...) dá-se por múltiplas formas: vendo, ouvindo, sentindo, pressentindo, falando e até tocando os espíritos. A principal mediunidade da Santa Teresa de Jesus foi a de ver as almas desencarnadas e o plano espiritual: a Clarividência.

Em muitas passagens de sua autobiografia (1), ela relata as suas visões. “Apareceu-me Cristo com grande vigor, dando-me a entender quanto aquilo Lhe pesava. Vi-O com olhos da alma, mais claramente do que O poderia ver com os olhos do corpo e ficou aquilo tão bem impresso em mim que agora passados vinte e seis anos ainda me parece que O tenho presente...”. Neste trecho ela viu o Espírito de Cristo, admoestando-a por uma atitude errada. Interessante notar a descrição de como ela viu o Espírito de Jesus de Nazaré: “Vi-O com olhos da alma”. Esta informação está conforme a resposta obtida por Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, à questão 428 feita aos Espíritos Superiores: “Qual a causa da clarividência (...)? ‘Já o dissemos: É a alma que vê.’”. Portanto, a pessoa que tem a faculdade mediúnica de ver os espíritos, mesmo que tape os olhos carnais com as mãos, ou colocando um lençol ou um capuz sobre a cabeça, ainda assim continuará a vê-los, pois enxerga com a visão espiritual.

Mas a grande mística de Ávila não viu apenas Jesus, viu também outros Espíritos Iluminados. O biografo de São Pedro de Alcântara, Frei Estefânio Piat (2), assim relata: “Santa Teresa (...) viu Francisco de Assis e Antônio de Pádua ladeando Pedro de Alcântara para lhe servir de ajudantes, num ofício religioso.”.

O Frei Pedro de Alcântara foi o maior amigo da Santa padroeira da nossa cidade e  apareceu, em espírito, para ela em várias oportunidades: “O próprio céu ratifica esse julgamento quando, depois da morte, Frei Pedro aparece à Reformadora do Carmelo, rodeado pelo brilho fulgurante de sua beatitude e diz-lhe em tom penetrante: ‘O bendita penitência, que me valeu tamanho peso de glória!’”.

A amizade entre os dois, Santa Teresa e São Pedro, continuou por longo tempo, mesmo depois do desencarne (morte corporal) do segundo: “Diversas vezes, quando as coisas se apertavam, ele apareceu à querida carmelita para guiá-la e encorajá-la.”.

A Santa fazia igual a nós espíritas quando precisamos de alguma orientação ou consolo da Espiritualidade Superior, evocava o espírito do Frei Pedro: “Quando Madre Teresa sentia qualquer desgosto ou sofria alguma contradição, costumava INVOCÁ-LO e se via impreterivelmente ouvida.”.
Sobre o Espírito de São Pedro de Alcântara, ela disse em outra passagem: “Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Parece-me que muito mais me consola do que quando aqui estava.”.

Com tudo isso, vemos claramente que a mediunidade não é exclusividade dos espíritas, é um fenômeno da Natureza Humana! Todos os homens e mulheres podem tê-la, sejam espíritas, católicos, evangélicos, judeus, budistas, hinduístas, mulçumanos ou ateus, pois a manifestação mediúnica independe da crença ou da religião das pessoas!

(1)  Vida de Santa Teresa de Jesus Escrita por Ella Misma, impressa pela primeira vez em Salamanca, 1958, sob os cuidados de Frei Luis de Léon.
(2)   São Pedro de Alcântara, por Frei Estefânio José Piat, Ed. Vozes, Petrópolis, RJ, 1962.

Autoria: Ramsés Mesquita (Dirigente do CEAL)

Artigo publicado no jornal “Correio Popular’, da cidade de Imperatriz/MA, no dia 14/10/2012.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

PEQUENA BIOGRAFIA DE ALLAN KARDEC



        Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, nasceu no dia 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França. Filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail, Juiz, e Jeanne Louise Duhamel. A sua nobre família tinha vários antepassados que militaram na advocacia e na magistratura e era de orientação religiosa católica. “Denizard Rivail era um alto e belo rapaz, de maneiras distintas, humor jovial na intimidade, bom e obsequioso.”(1) Assim o descreve um dos seus biógrafos, Henri Sausse. Casou-se com Amélie-Gabrielle Boudet, professora de 1ª classe, mas não tiveram filhos.

        Aos 10 anos de idade Rivail foi enviado à cidade de Yverdon, na Suíça, a fim de complementar e consolidar seus estudos no célebre Instituto de Educação do professor Johann Heinrich Pestalozzi, o “Educador da Humanidade”, tornando-se, mais tarde, um dos seus distintos discípulo.

       Rivail bacharelou-se em Letras e Ciências, era um excelente pedagogo e possuía notável saber em múltiplas disciplinas, como Lógica e Retórica, Aritmética, fisiologia e medicina, ensinando-as com maestria aos seus alunos. Poliglota, falava fluentemente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o holandês, e conhecia profundamente o grego e o latim.



         Autor prolífico produziu quase 30 obras didáticas, algumas delas com milhares de exemplos para facilitar a aprendizagem. Traduziu várias obras para o francês como, por exemplo, Telêmaco, de Fénelon. Como celebre professor que era, recebeu mais de uma dezena de diplomas de diversas academias e sociedades francesas. Pedagogo por excelência fundou duas instituições de ensino e também lecionou gratuitamente para várias crianças que não podiam pagar pensão.      

          Em 1854, soube, por intermédio do seu grande amigo e companheiro de estudos do magnetismo, o Sr. Fortier, dos fenômenos das “Mesas Girantes”, em que esses móveis se deslocavam, dançavam, falavam e até respondiam a perguntas. De mente racional e positiva, sem aceitar ou descartar nada a priori, Rivail respondeu ao seu amigo: “eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono.”(1). Rivail foi a uma dessas reuniões e viu algo muito maior do que a realidade destes fenômenos, Ele viu que havia uma filosofia divina e consoladora por trás destas manifestações espirituais.

          Dois anos depois, Rivail recebeu duas comunicações mediúnicas que mudariam a sua vida para sempre. Numa, um espírito protetor chamado Zéfiro comunica-lhe que ele, Rivail, fora, em uma de suas vidas passadas, um sacerdote druida, denominado Allan Kardec. Na outra, soube através do Espírito da Verdade, que o guiaria, que ele tinha uma grande Missão a cumprir: Codificar a Doutrina Espírita. A partir de então, Rivail torna-se Kardec. Sob a orientação dos Espíritos Superiores, Kardec passa a trabalhar dia e noite no cumprimento do seu desiderato.

          No dia 18 de Abril de 1857, surge “O Livro dos Espíritos”, obra basilar deste edifício divino que é o Espiritismo. Depois deste livro, apareceram: “O Livro dos Médiuns” (1861), “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). Formando assim o Pentateuco Kardequiano.

         Kardec fundou, em 1858, a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, na qual ficou como presidente por vários anos, sempre reeleito por aclamação; e também lançou, neste mesmo ano, a “Revista Espírita”, periódico em que debatia os fenômenos espíritas acontecidos na Europa e em todo o mundo. Como Paulo de Tarso, viajou por várias cidades da França e da Bélgica divulgando os princípios do Consolador Prometido – A Doutrina dos Espíritos.

        Allan Kardec desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, na sua residência, quando preparava os seus pertences para a mudança de endereço que iria realizar. A causa da sua ida para o mundo espiritual foi um aneurisma.

        Se não tivéssemos Kardec, teríamos Rivail, um grande educador francês. Contudo, Deus e a Espiritualidade Maior quiseram, para o nosso bem, que ficássemos com Allan Kardec, o Grande Educador Espiritual da Humanidade!



(1) Biografia de Allan Kardec - Henri Sausse - FEB editora



Ramsés da Silva Mesquita Maciel


Publicado no jornal "Correio Pupular", no dia 30.09.2012.

sábado, 17 de setembro de 2016

VENCERÁS



Não desanimes.

Persiste mais um tanto.

Não cultives pessimismo.

Centraliza-te no bem a fazer.

Esquece as sugestões do medo destrutivo.

Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.

Avança ainda que seja por entre lágrimas.

Trabalha constantemente.

Edifica sempre.

Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.

Não te impressione a dificuldade.

Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.

Não desistas da paciência.

Não creias em realização sem esforço.

Silêncio para a injúria,

Olvido para o mal.

Perdão às ofensas.

Recorda que os agressores são doentes.

Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.

Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.

Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.

Não contes vantagens ou fracassos.

Estuda buscando aprender.

Não te voltes contra ninguém.

Não dramatizes provações ou problemas.

Conserva o hábito da oração para que se te faça luz na vida íntima.

Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.

Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.

Age auxiliando.

Serve em apego.

E assim vencerás.


Livro: "Astronautas do Além" - Psicografia Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos - edição GEEM.

ADERSON BAIANO – O ANJO DA GUARDA DOS IDOSOS

     

Todos temos uma missão, porém muitos demoram a reconhecer a sua. Esse foi o caso de Aderson Baiano da Silva, nascido no município de Mirador no estado do Maranhão, no dia 13 de agosto de 1922, que só reconheceu a razão da sua existência quando tinha quase meio século de vida neste plano material.

     Tendo chegado em Imperatriz no ano de 1958, estabeleceu seu comércio na Rua Coronel Manoel Bandeira, passando pouco tempo neste local. No ano seguinte, mudou-se para a Rua do Eixo, atualmente Avenida Getúlio Vargas, onde permaneceu por dez anos. Todavia, enfrentando dificuldades, seu comércio faliu no final da década de 1960.

        Aos 48 anos de idade, sentiu-se desafortunado e desnorteado em relação ao rumo que a sua vida havia tomado. Um mal lhe afligia e uma angústia incompreensível lhe comprimia o coração. Dessa forma, aconselhado e auxiliado por amigos, resolveu viajar para Congonhas em Minas Gerais a fim de consultar-se com Zé Arigó – médium de curas espirituais que recebia o Espírito chamado Dr. Fritz, um médico alemão falecido em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial.
     
        Após o contato inicial, Arigó disse que a cura de Aderson estava em desenvolver a sua mediunidade e ajudar ao próximo como Jesus ensinava. Motivado pelo desejo de restabelecer a saúde e a paz de espírito, Baiano retornou para Imperatriz e pôs logo em prática todos esses conselhos.

      No ano de 1969, Aderson começou as atividades espíritas na sua própria residência. Dois anos depois, começou a construir uma sede destinada a realização das reuniões de estudos espíritas. E, em 1º de janeiro de 1972, finalmente, conseguiu fundar a Voz Espírita Campanha da Caridade Cristã na Rua Amazonas entre as Avenidas Getúlio Vargas e Dorgival Pinheiro de Sousa.

       Neste local, ele começou a curar pessoas com orações, conselhos, receitas fitoterápicas e a famosa água “milagrosa” (água fluidificada). O missionário de Mirador não realizava cirurgias como Zé Arigó, utilizando-se de instrumentos cirúrgicos e intervenções invasivas, mas, mesmo assim, atraiu centenas de pessoas que procuravam alívio e cura para suas enfermidades. Dessa forma, Aderson havia encontrado o que sempre pediu a Deus: um meio pelo qual pudesse ser útil a Humanidade.

        O ponto culminante da sua missão foi no Natal de 1976 quando fundou a Associação Lar São Francisco de Assis, localizada à Rua Pará, n.1177, no Bairro Nova Imperatriz.  O Lar São Francisco é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, cujo o objetivo é dar proteção social, promover o bem-estar e abrigar idosos em estado de abandono. O Lar abriga idosos de Imperatriz, de algumas cidades do Maranhão e de outros estados brasileiros. Nas suas instalações há idosos que desconhecem a sua origem, no entanto encontraram nesse recinto o aconchego do lar que haviam perdido.

       O nobre espírita Aderson Baiano da Silva demorou a reconhecer a sua missão, mas quando a percebeu não parou mais um minuto sequer de dedicar seu tempo ao próximo. Ele trabalhou arduamente por mais de vinte anos até o seu desencarne em 24 de agosto de 1996. Assim, estava cumprida a missão do anjo da guarda dos idosos desamparados de Imperatriz.


Rhadamés Mesquita
Trabalhador do CEAL
Imperatriz/MA, 27.08.2016

O CORPO ESPIRITUAL



Quando o apostolo da gentilidade, Paulo de Tarso, disse “Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (1). Ele estava se referindo ao corpo que todos terão na ressurreição, ou seja, na volta para o mundo espiritual. Este corpo não será material, como muitos pensam, mas espiritual.
          Na doutrina espírita este mesmo corpo é chamado de perispírito. Allan Kardec cunhou o nome servindo-se de uma analogia: “Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.”(2). Além de ser um invólucro do espírito, pois este, em essência, não tem forma determinada como entende os homens, sendo, portanto, “uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea”, o corpo celestial serve também como uma identidade do espírito. É o que se depreende desta questão de “O Livro dos Espíritos”: “Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material? ‘Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.’ ”
          Assim, quando alguém enxerga espíritos numa casa mal-assombrada e em aparições de almas com suas vestes e adornos, ou vê parentes que já faleceram nos sonhos ou em sessões de materializações de espíritos, estão vendo os seus corpos espirituais com a forma do último corpo material.
           Mas não é apenas o espiritismo e a bíblia que relatam a existência do perispírito. Em praticamente todas as religiões e culturas, e em todas as épocas da humanidade há relatos nesse sentido: “Desde as apreciáveis lições do Vedantaquando apareceu como Mana, Maya e Kosha, era conhecido no Budismo esotéricocomo Kama-rupa, enquanto no Hermetismo egípcio surgiu na qualidade de Kha, para avançar, na Cabala hebraica, como manifestação de Rouach. Chineses, gregos e latinos tinham conhecimento de sua realidade, identificando-o seguramente. Pitágoras, mais afeiçoado aos estudos metafísicos, nominava-o carne sutil da alma, e Aristóteles, na sua exegese do complexo humano, considerava-ocorpo sutil e etéreo. Os neoplatônicos, de Alexandria, dentre os quais Orígenes, o pai da doutrina dos Princípios, identificava-o como aura. Tertuliano, o gigante inspirado da Apologética, nele via o corpo vital da alma, enquanto Proclo o caracterizava como veículo da alma, definindo cada expressão os atributos de que o consideravam investido.
         Na cultura moderna, Paracelso, no século XVI, detectou-o sob a designação de corpo astral, refletindo as pesquisas realizadas no campo da Química e no estudo paralelo da Medicina com a Filosofia, em que se notabilizou. Leibniz, logo depois, substituindo os conceitos panteístas de Spinoza pela teoria dos ‘átomos espirituais ou mônadas’, surpreendeu-o, dando-lhe a denominação de corpo fluídico.”(3). O corpo espiritual é um fenômeno da natureza, assim como os seres vivos e seus corpos orgânicos, a morte ou desencarnação, a reencarnação e a mediunidade.
            A sua existência foi comprovada por intermédio de pesquisas realizadas pelos cientistas russos: "As pesquisas começaram num grupo de cientistas localizados perto do centro espacial soviético no Cazaquistão, em Alma-Atá. Reuniram-se alguns biologistas, bioquímicos e biofísicos para estudar a espetacular descoberta do casal Kirlian: uma câmara de alta freqüência que, ultrapassando a barreira da matéria densa, vai mostrar a contraparte imaterial dos seres. Com equipamentos óticos conjugados à câmara Kirlian, os cientistas soviéticos tiveram, um dia, uma visão maravilhosa que até então era reservada aos videntes - O CORPO ESPIRITUAL DE UM SER VIVO!”(4). José Herculano Pires, grande filósofo espírita, complementa: “Os pesquisadores russos compararam esse corpo, visto através das Câmaras Kirlian de fotografia paranormal em conjugação com telescópio eletrônico de alta potência, a um pedaço do céu intensamente estrelado. Esse é o corpo da ressurreição espiritual do homem, dotado de todos os recursos necessários para a vida após a morte. Esse corpo de plasma físico e plasma espiritual vai perdendo seus elementos materiais na vida espiritual, na proporção exata da evolução do Espírito"(5). O perispírito não é um produto da imaginação de religiosos e espiritualistas, mas algo real e concreto, corroborado por experimentos científicos.
            Paulo pergunta na primeira epístola aos coríntios: “Como ressuscitarão os mortos?”; O espiritismo responde: com o perispírito. O corpo celestial que brilha como um “pedaço do céu estrelado”, refletindo a glória dos filhos de Deus!


(1)   1 Coríntios 15:44 - http://www.bibliaonline.com.br/
(2)   O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – FEB
(3)   Estudos Espíritas – Espírito Joanna de Ângelis/ Médium Divaldo Franco - FEB
(4)   A Ciência do espírito - Henrique Rodrigues – O Clarim
(5)   Curso Dinâmico de Espiritismo – José Herculano Pires – Editora Paidéia

Ramsés Mesquita
Presidente do Centro Espírita André Luiz
12.08.2016
www.cealitz.org.br

Publicado originalmente no jornal "Correio Popular" de Imperatriz/MA no dia 20.10.2013.

UM TANTO MAIS





Você guarda a impressão de haver esgotado o estoque de todos os seus recursos, em determinada tarefa de amor, mas se você perseverar um tanto mais no devotamento, ninguém pode prever os louros de luz que brilharão em seu passo.

Você está doente e pretende obter licenças de longo prazo, mas se você continuar um tanto mais em serviço, ninguém pode prever o tesouro de forças novas que lhe aparecerá no caminho.

Você encontrou imensas dificuldades no exercício das boas obras e anseia fugir delas, mas se você persistir um tanto mais na construção da beneficência, ninguém pode prever o triunfo que as suas horas recolherão, nas fontes vivas da caridade.

Você acredita que não pode tolerar o amigo importuno, o filho teimoso, o irmão inconsciente, a esposa inconstante ou o marido insensato, mas se você suportar um tanto mais a luta em família, ninguém pode prever a extensão do júbilo provindouro em seu ninho doméstico.

Você supõe que o azar é o clima e chora na bica do desespero, mas se você cultivar um tanto mais de fidelidade às próprias obrigações, ninguém pode prever a amplitude do seu êxito, no amanhã que vem perto.

Você experimenta enorme cansaço e não quer dar ouvidos ao companheiro de longa conversa, mas se você esticar um tanto mais o seu sacrifício, ninguém pode prever os prodígios da colheita de bênção que surgirão dos seus breves minutos de gentileza.

Observe que você mesmo para realizar isso ou aquilo, exige incessantemente dos semelhantes um tanto mais de bondade, um tanto mais de cooperação, um tanto mais de tempo, um tanto mais de carinho...

O gênio é a paciência que na se acaba.

É justo que você deseje um tanto mais de felicidade, mas para isso, é necessário que você ajude um tanto mais a felicidade dos outros.

Repare você as lições da vida e compreenderá que a vitória no bem é sempre trabalhar conforme o dever e servir um tanto mais.


Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

sábado, 10 de setembro de 2016

UMA GRANDE AGONIA



À todas as pessoas encarnadas que Já pensaram ou nunca pensaram em suicídio, eu gostaria de fazer um advertência: “O SUICÍDIO É O INÍCIO DE UMA GRANDE AGONIA”

Suicidar-se não culmina com o desaparecimento de nossos problemas...

Suicidar-se culmina com sofrimento advindo milhões de vezes maior que o sofrimento terreno!

Apesar de estarmos desiludidos com tudo e com todos, o nosso sofrimento é terreno e passageiro, enquanto que o sofrimento dos suicidas é espiritual e sem limites.

Ao pensar em suicídio lembre-se de nós, suicidas, que além de sofrermos, nada podemos fazer materialmente para solucionar nossos problemas...

Antes de tentar acabar com sua vida, lembre-se que foi você quem a pediu para regenerar-se nessa Encarnação. Encare o problema! Eles podem ser um, dois ou cem problemas em sua cabeça, suporte-os! Se você foi capaz de sofrer um dia, sofra mais trezentos e sessenta e cinco dias, sofra o dobro disso. Pois uma coisa eu lhes garanto, quando você merecer e estiver preparado, sua felicidade virá...

Ela lhe encontrará dormindo, comendo ou chorando. No momento exato o bálsamo aliviador lhe atingirá o coração, solucionará todos os seus milhões de problemas e, mesmo que sua felicidade dure apenas algumas horas, ela será tão intensa, tão Divina e infinita, que estes poucos minutos de excelsitude lhe recompensarão anos e anos de Sofrimentos...

Olhe ao seu ao seu redor. Só você sofre? Claro que não, outras pessoas tem problemas às vezes bem maiores que o seu, e estão aí na luta. Porque só você desistirá da Batalha?

Você é um ser humano normal, inteligente e comum, como todos os mortais, a única diferença é que você está vivo e nós não!!

Você tem nas mãos um triunfo, um dom divino, saiba usá-lo e você não se arrependerá...

Não faça como nós, os suicidas, que temos nas mãos a nossa vida, a nossa solução e, no entanto, fizemos dela um longo inverno é inenarrável sofrimento...

Nós esquecemos que na terra existem flores, e agora nós a vemos, apenas vemos e com você é diferente, você pode colhê-las e dá-las à alguém, num lindo gesto de amor, nós também já fizemos isso num dia, mas nunca tínhamos dado às flores tanta importância. Nós desistimos, ou melhor, fugimos e por isso merecemos ter flores apenas do cemitério...

Nós esquecemos do sorriso, e o sorriso é coisa tão bonita, principalmente quando alguém percebe nosso sorriso. Eis aí o seu Triunfo! Nós podemos passar horas e horas sorrindo, ninguém percebe que estamos sorrindo! Isso nos deixa tristes, não temos para quem sorrir!

 Ao nos suicidarmos, infringimos uma das maiores uma das mais importantes leis da Esfera Celestial; ao me suicidar, eu não só abdiquei das Flores e dos sorrisos, como também abdiquei de todas as pessoas que amo e que precisam de mim.

 Nós, os suicidas, fazemos uma advertência:
“Antes de suicidar-se, experimente ver apenas mais um pôr do sol! Ao ver o sol se pondo, deixe que ele leve seus problemas, e depois quando ele surgir brilhando e cheio de vida, pergunte a ele: ‘cadê o sofrimento que te entreguei ontem? Ele Continuará calado, ficará brilhando, dando toda a beleza de um amanhecer.’”

Faça isso outra vez, e verás no sol e no céu a solução dos seus problemas, CRISTO! Ele é a SALVAÇÃO!

Antes de suicidar-se, lembre-se de mim que cometi um ato lastimável e hoje lhe digo: “SUICÍDIO NÃO É O FIM, É PELO CONTRÁRIO, O INÍCIO DE UMA GRANDE E VAGAROSA AGONIA!!”  

Um Espírito Amigo

Mensagem recebida na noite de 28 de outubro de 1984 pela médium Elenira dos Santos Mesquita em reunião pública no Centro Espírita André Luiz em Imperatriz - Maranhão

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

PROVAS DA REENCARNAÇÃO



A reencarnação é um fenômeno pelo qual o espírito desencarnado adquire outro corpo material, uma nova vida terrestre. Essa crença faz parte dos ensinamentos de várias religiões, dentre elas o hinduísmo, o budismo e o espiritismo. Contudo, ela está deixando de ser um mero artigo de fé para tornar-se um fenômeno da Natureza, comprovado pela ciência e pelos fatos.
     A primeira comprovação tem-se pelos conhecimentos inatos das crianças prodígios, relatados na história da humanidade, como uma confirmação da máxima de Platão: “Aprender é recordar-se!”. Eis alguns exemplos:
“ Tem-se citado muitas vezes o caso de Mozart, que executou uma sonata no piano aos 4 anos e, aos 8, compôs uma ópera. Paganini e Teresa Milanollo, ainda crianças, tocavam violino de forma magistral. Liszt, Beethoven e Rubinstein faziam-se aplaudir aos 10 anos. Michelangelo e Salvatore Rosa revelaram-se de repente com talentos imprevistos. Pascal, aos 12 anos, descobriu a geometria plana, e Rembrandt, antes de saber ler, desenhava como um grande mestre. (...)
      “Henrique de Heinecken, nascido em Lübeck, em 1721 falou, quase ao nascer; aos 2 anos sabia três línguas; aprendeu a escrever em alguns dias e dentro de pouco tempo exercitava-se em pronunciar pequenos discursos; com 2 anos e meio fez exame de Geografia e História antiga e moderna. Seu único alimento era o leite da ama; quiseram desmamá-lo, depereceu e morreu em Lübeck, em 27 de junho de 1725, de 5 para 6 anos de idade, afirmando suas esperanças na outra vida.” (1) Só a reencarnação para explicar estes gênios precoces da inteligência e das artes!
        Outros fatos surpreendentes que corroboram a tese da pluralidade das existências são as lembranças espontâneas ou provocadas das vidas passadas. As provocadas ocorrem por regressão hipnótica da memória até as vidas pretéritas, as famosas terapias de vivências passadas (TVPs). Muito antes do psiquiatra e neurologista americano Brian Weiss ter descoberto a existência de lembranças de outras vidas, utilizando a técnica de regressão de memória por hipnose na sua paciente “Catherine”, o Coronel Albert de Rochas, no início do século XX, já utilizava a mesma técnica e chegava ao mesmo fim, como pode ser visto na obra de sua autoria “As Vidas Sucessivas”. Weiss teve centenas de outros pacientes que tinham lembranças de outras existências, sendo esses casos relatados em vários de seus livros, “Só o amor é real”, “Muitas vidas, muitos mestres”, “Muitas vidas, uma só alma”, “A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas”, entre outras.
          Ian Stevenson, que foi chefe do departamento de psiquiatria da Universidade de Virgínia, catalogou mais de 2.500 casos de crianças de até 7 anos de idade que lembravam-se de dados precisos de suas vidas passadas, como o nome próprio, os nomes dos pais e parentes, o endereço, a cidade e o país, e até a causa da morte do corpo carnal anterior, todos confirmados posteriormente in loco! Muitos deles tinham marcas de nascença justamente nos locais dos ferimentos letais, comprovados por laudos da necropsia! Publicou as obras “Vinte casos sugestivos de reencarnação”, “Casos europeus de reencarnação”, “Reincarnation and Biology”, e outros mais. Jim Tucker, psiquiatra americano, Carol Bowman, terapeuta americana e Erlendur Haraldsson, parapsicólogo irlandês são alguns dos continuadores do trabalho do Dr. Ian.  Hemendra Nath Banerjee, parapsicólogo indiano, registrou mil casos semelhantes aos de Stevenson, parte deles relatados na obra “Vida pretérita e futura”, atestando assim a real possibilidade da volta da alma ao corpo.
             Existe, também, a prova da anunciação mediúnica da próxima reencarnação, como no relato compilado pelo célebre cientista espírita Gabriel Delanne:
           “Desde o começo de 1908, eu tinha como Espírito-guia uma mulher que conhecera em minha infância, e cujas comunicações apresentavam um caráter de rara precisão: nomes, endereços, cuidados médicos, predições de ordem familiar. Em junho de 1909, transmiti a essa entidade, da parte do Padre Henrique, diretor espiritual do Grupo, o conselho de não demorar indefinidamente a sua estacionária situação no Espaço. A entidade respondeu-me nessa época:
– Terei sucessivamente três encarnações muito breves.
Em outubro de 1909, anunciou-me, espontaneamente, que iria reencarnar em minha família e designou o lugar da reencarnação: uma aldeia do Departamento de Eure-et-Loire. Eu tinha aí, nessa ocasião, uma prima grávida. Fiz, então, a seguinte pergunta:
– Com que sinal é possível reconhecê-lo?
– Terei uma cicatriz de dois centímetros, do lado direito da cabeça.
A 15 de novembro, a mesma entidade anunciou-me que cessaria de aparecer em janeiro seguinte e seria substituída por outro Espírito. (...)
No mês de janeiro de 1910, a criança nasceu com uma cicatriz de dois centímetros, no lado direito da cabeça. Ela tem, atualmente, 14 meses.” (2).Na literatura espírita há vasto material sobre o fenômeno das revelações espirituais que prevêem reencarnações.
            Há, portanto, evidências consistentes da realidade da reencarnação. A pluralidade das existências é a que melhor explica as diferenças sociais, intelectuais e morais dos seres humanos ante a justiça divina. Ela abrirá novos horizontes científicos, filosóficos e religiosos para a humanidade! Quem reviver verá!

(1) O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis - FEB
(2) A reencarnação – Gabriel Delanne - FEB

Ramsés Mesquita
Presidente do Centro Espírita André Luiz
Imperatriz/MA, 12.08.2016
www.cealitz.org.br

Publicado primeiramente no jornal "Correio Popular" de Imperatriz/MA no dia 20.10.2013.

LEÔNCIO PIRES DOURADO: POLÍTICO, MAÇOM E ESPÍRITA





Leôncio Pires Dourado foi um grande empreendedor, um excelente maçom, um espírita pioneiro e um homem muito caridoso.

Um homem de muitos adjetivos, justificados por sua hiperatividade múltipla. Um homem incansável.

Nascido no dia 13 de janeiro de 1921 na cidade de Redenção do Ceará, Dourado chegou a Imperatriz no ano de 1960, vindo com sua família da cidade de Pedreiras do estado do Maranhão, depois de uma estadia naquela localidade.

No portal da Amazônia, ele prosperou rápido, trabalhando como mecânico, depois como proprietário de loja de autopeças. Com o sucesso de seus negócios, comprou vários imóveis na antiga BR-14, atualmente, Avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, e na região do entroncamento da BR-10 que corta Imperatriz ao meio.

Antes de chegar nesta cidade, ele sonhou com um padre chamado Gastão Pereira, o qual pediu, no referido sonho, que ele fundasse um centro espírita na primeira cidade em que chegasse. Por isso, após três anos de sua chegada em Imperatriz, ele fundou a primeira associação espírita da cidade, o Centro Espírita Gastão Pereira, no dia 21 de abril de 1963.

O salão de reuniões do centro espírita localizava-se, primeiramente, na Rua Minas Gerais, no entroncamento, e o imóvel era de propriedade do Leôncio. Após alguns anos, ele mudou o local das reuniões para a BR-14, na esquina com a Rua Rio Grande do Norte no centro da cidade, também de sua propriedade.

Por ser um homem muito comunicativo e caridoso foi conquistando amizades e o reconhecimento dos cidadãos imperatrizenses. Fruto disso, foi sua eleição como vereador, cargo no qual tomou posse no dia 31 de janeiro de 1967, terminando seu mandato em 1970. Nesse período, ele foi também um dos presidentes da câmara municipal.

Durante o mandato eletivo, torna-se maçom e funda, com vários irmãos (como assim são chamados os associados da Maçonaria), dia 4 de setembro de 1970, a segunda loja maçônica de Imperatriz com o nome: Loja União e Fraternidade. As sessões dessa instituição ocorreram no mesmo salão do Centro Espírita Gastão Pereira durante algum tempo.

No ano seguinte, o então prefeito Renato Moreira e o presidente da Câmara Municipal, Leôncio Pires Dourado, doaram à Loja União e Fraternidade uma área de 12.000 m², entre as ruas Pernambuco e Alagoas, para a construção de sua sede próprio. E enquanto as estruturas eram levantadas, as reuniões da loja aconteciam em local cedido por Leôncio na mesma BR-14. Em 19 de dezembro de 1970, o prédio estava completamente erguido e teve, assim, a sua inauguração.

Continuando com suas múltiplas atividades, Leôncio adquire com ajuda de seu amigo comerciante, Hipérides Alencar, então dono da empresa “A Casa do Caçador”, um terreno na Rua Bom Futuro e para lá transfere as reuniões espíritas do Gastão Pereira. Dessa forma, por intermédio do seu trabalho inédito na seara espírita de Imperatriz, consegue atrair a população espírita da região tocantina.

No ano de 1970, Dourado adquire a rádio Imperatriz. Todavia, por ser uma época de ditadura militar e de grande repressão à liberdade de expressão, a rádio foi fechada no mesmo ano pelos comandantes da nação, sem motivo aparente. Apesar desse contratempo, continua com sua vida política e conquista a sua reeleição como vereador para um mandato tampão de 1971 a 1973.

Nessa legislatura, ainda como presidente da câmara, decide mudar o local da Câmara Municipal de Vereadores, o qual se localizava no mesmo prédio do Executivo, para salão de sua propriedade na BR-14, onde funcionara a loja maçônica União e Fraternidade e o Centro Espírita Gastão Pereira. Dessa maneira, um mesmo local serviu, em cada tempo, para suas atividades espíritas, maçônicas e políticas.

Leôncio continuou o seu trabalho incansável para o desenvolvimento econômico, político-social e espiritual de Imperatriz até o seu desencarne, em 04 de outubro de 1975, num acidente automobilístico em uma de suas viagens entre Imperatriz e Belém do Pará.

Com o seu retorno ao mundo espiritual, deixou um legado de trabalho e dedicação ao Movimento Espírita de Imperatriz, sendo este continuado pelos companheiros de ideal espírita, Aderson Baiano e Raimundo Mesquita, os quais também eram maçons e empresários assim como Leôncio Pires Dourado.


Rhadamés Mesquita
Secretário do Centro Espírita André Luiz
Imperatriz/MA, 12.08.2016
www.cealitz.org.br